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A proposta da brinquedoteca é atender crianças e adolescentes da comunidade, oferecendo-lhes uma alternativa de lazer, cultura e educação. Para que este trabalho seja realizado com qualidade é preciso capacitar antes o educador para sua ação junto às crianças e adolescentes de várias faixas etárias. O educador qualificado tem mais condições de transmitir tranqüilidade e confiança, permitindo que as crianças se expressem nas suas brincadeiras, com liberdade, manifestando suas opiniões e críticas. Para que isso aconteça, o educador precisa favorecer o aspecto lúdico e criar com as crianças os acordos e regras.
Através da brincadeira, a criança dramatiza o seu dia-a-dia, elabora suas experiências, enfrenta desafios e faz descobertas. Para isto, várias propostas são utilizadas: brincadeiras livres, individuais ou em grupo, construção de jogos e bonecos, entre outras. As crianças têm acesso a vários jogos e brinquedos, além de passeios culturais para que possam desenvolver aspectos sociais e psicológicos, vivenciando diferentes situações.
SAIBA MAIS SOBRE AS BRINQUEDOTECAS DO Centro de Assessoria ao Movimento Popular (CAMPO):
PROJETO BRINQUEDOTECAS SURGE NA ROCINHA
O Projeto Brinquedotecas do Campo foi criado em 1987, com a implantação da primeira unidade na Rocinha. A Brinquedoteca Peteca, localizada na Ação Social Padre Anchieta (ASPA), começou com a supervisão da coordenadora do projeto, a educadora e sócia do Campo, Cyrce Andrade.
Os objetivos das brinquedotecas são oferecer uma alternativa de cultura, lazer e educação para as crianças e adolescentes de comunidades de baixa renda; qualificar profissionais da própria comunidade para este trabalho, através de cursos de formação e assessoria; e sensibilizar os educadores dos centros comunitários onde as brinquedotecas funcionam para o trabalho na área lúdica, enfatizando realizações que integrem as diferentes ações das instituições.
As brinquedotecas oferecem às crianças e adolescentes a oportunidade de interação através do uso do acervo de brinquedos, jogos e livros no espaço da brinquedoteca; integração na família e na vizinhança através do empréstimo deste mesmo material; criação individual e em grupo nas oficinas de confecção e conserto de brinquedos e jogos; descoberta da cidade e do mundo através de passeios à praia, parques, teatros e exposições; e organização de festas e apresentações na brinquedoteca. Em uma das atividades na ASPA, em 97, a meninada já construía alguns brinquedos a partir de caixas de papelão.
Ao longo dos 18 anos do Campo, os educadores passaram por cursos sobre a organização e funcionamento dos espaços oferecidos às crianças, história das brinquedotecas, aspectos sociais e de desenvolvimento da criança, o papel do adulto nas brinquedotecas, a importância do brincar e dos brinquedos, além de oficinas de dança e teatro para que essas atividades sejam incorporadas ao processo pedagógico, no aprendizado do dia-a-dia. Os educadores também costumam participar de oficinas, seminários, congressos e cursos externos, para troca de experiências.
Em 2002, foram quatro brinquedotecas assessoradas pelo Campo, com cerca de 400 crianças e adolescentes atendidos. No estado do Rio de Janeiro, além da pioneira Peteca, a Brinquedoteca da Rua 2 também na Rocinha, e a Sapeca, no bairro Vila de Cava, em Nova Iguaçu. A quarta, chamada Casa dos Sonhos, ficava no bairro Vila Califórnia, na cidade de São Paulo. A faixa etária atendida era de um a quinze anos e a proposta visa a integrar todas as crianças e adolescentes, incluindo aqueles com necessidades especiais.
Na história do Campo, também foi assessorada a brinquedoteca Sapequinha, que funcionava no Centro Comunitário da Igreja Metodista da Rocinha, desde 1989, com o nome original de Sapeca. Como, em 1994, o centro decidiu assumir a brinquedoteca, mas limitou a faixa de idade para crianças até sete anos
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